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EDUCAÇÃO X FAMÍLIA

  • Amanda Sardisco (Psicóloga/Psicopedagoga
  • 8 de jul. de 2015
  • 3 min de leitura

A educação deve ser vista como um fenômeno presente desde o nascimento. A inserção do novo “ser” na cultura se dá pela via da educação. Grande parte do que somos, do modo como vivemos e do que deixamos para as gerações futuras é efeito do ato educativo ou, até da completa ausência dele. Construídas através da história, escola e família são mantidas por inúmeras crenças e ideais que mantém suas funções e relações produzidas em seu interior. De acordo com a literatura a família seria responsável principalmente, pela maneira como o sujeito se relaciona com o mundo. É a partir dela que se dá a transmissão dos costumes, valores e ideias dentro de um momento histórico. A família transmite desde o nascimento, padrões de comportamento, hábitos, usos, costumes, valores, atitudes e um padrão de linguagem. Usando-se da nomenclatura das ciências sociais, pode-se dizer que o processo de socialização (educação) é costumeiramente subdividido em dois momentos. O primeiro, denominado socialização primária, seria uma função da família, enquanto que a socialização secundária seria tarefa da escola e representaria o processo formal de educação intelectual.

Pensando um pouco no surgimento da escola pode-se observar que com a diversificação e especialização do trabalho educativo, a família se viu impossibilitada de oferecer a educação toda, surgindo então à escola amparada pelos conhecimentos científicos e por uma pedagogia capaz de promover e distribuir os saberes socialmente acumulados pela humanidade. Nesse novo terreno educacional especializado, assentam-se os mais altos ideais de liberdade, democracia e transformação. Dessa forma, a escola foi criada e, a partir daí, passa a estar implicada, diferentemente da família, com um saber especializado, com um discurso da ciência que em nada se parece com aquele saber comum dividido e transmitido entre todos na coletividade. Este espaço denominado escola encontra-se apoiado por uma teoria da educação, ou melhor, por um discurso educacional – a Pedagogia. Esta passa a se instrumentalizar, paulatinamente, com técnicas e recursos para garantir uma melhor educação. A escola se torna, então, responsável legal pela continuidade do processo educativo que teve seu inicio na família e, ao mesmo tempo, parte de um processo maior chamado Educação.


Poderia ser concluído que estes dois estabelecimentos – escola e família – se articulariam, somando seus esforços e interesses para garantir a continuidade da formação proposta aos indivíduos de determinada cultura. Contudo, a realidade se mostra multifacetada e, algumas vezes, bastante problemática. A escola que, durante anos, se fez reconhecer como um lugar do saber e da formação intelectual se vê na atualidade, diante de um forte impacto e um acelerado movimento de transformação e, por certo de (re)estruturação. Se, na visão dos educadores, cabe à escola formar um cidadão pleno e desejoso de saber, pode-se observar na realidade que todos estão num campo de pequenas batalhas com episódios de violência e indisciplina, o que trouxe como efeito a dúvida sobre a eficácia da relação pedagógica.

A escola vem enfrentando uma série de dilemas e impasses de grande soma para a história educacional. Convive-se com o aluno problema que ganha, cada vez mais, um lugar de destaque no cotidiano escolar; com uma indisciplina que atravessa, sem perdão, a relação pedagógica e, por fim com o desanimador fracasso escolar, que se torna retrato falado de uma escola desacreditada.

Este pensamento pode ser ilustrado pela música intitulada Enstudo Errado do cantor e compositor Gabriel o Pensador:



A família também passa por profundas mudanças estruturais, sociais e históricas, constituindo-se como um momento de crise. As respostas para essa suposta crise passam por inúmeras leituras, como: o afrouxamento dos laços conjugais, o enfraquecimento da autoridade dos pais, a emancipação da mulher, o conservadorismo do homem, o excesso de proteção dada aos filhos e a ausência de amor dos pais. Se para alguns a família está em franca decadência, podendo até desaparecer, para outros, ela ainda é um lugar de proteção, de segurança e desenvolvimento da vida emocional dos seus componentes – é a base da sociedade, a célula que deve ser mantida a todo custo. Sendo atacada e defendida com igual rigor, a família é, ao mesmo tempo, o lugar de onde se procura fugir e onde se procura o tão querido refúgio.


Com isso destaca-se a conscientização do funcionamento biopsicossocial como parte integrada de um individuo não podendo ser ignorada e considerada como parte desintegrada do mesmo; salientando assim a importância de pensar o aluno/escola/família/sociedade como um sistema dentro de um sistema maior (os grupos a que cada um pertence).

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